Continuidade de Negócios na Prática (Parte 01)

COMO PREPARAR SUA EMPRESA PARA O INESPERADO?

A implementação de um Plano de Continuidade de Negócios (PCN) vai muito além de um requisito normativo. O erro mais comum que encontramos ao elaborar um PCN em nossos clientes é acreditar que, porque um incidente nunca ocorreu, ele tenha pouca chance de acontecer no futuro. Mas a realidade já mostrou que os maiores impactos vêm justamente de eventos inesperados.

E QUAL O MAIOR DESAFIO?

Mudar a mentalidade organizacional. Muitas empresas olham para o passado para identificar riscos e acabam ignorando ameaças que nunca enfrentaram. A questão não é se um incidente vai acontecer, mas quando. O papel do PCN é preparar a empresa para reagir de forma rápida e eficiente, garantindo que as operações possam continuar mesmo diante de um evento crítico.

QUANDO UM PCN FAZ A DIFERENÇA?

A resposta aparece nos momentos de simulação, denominados teste de mesa, quando os envolvidos percebem que não basta apenas ter o plano documentado. A comunicação entre as equipes e os processos atuais existentes nas organizações exigem melhorias contínuas. Com um script de chamado bem estruturado, por exemplo, com os níveis de acionamento bem definidos se torna muito mais eficaz essa comunicação.

No entanto, esse nível de preparo só é alcançado quando a continuidade de negócios é parte da cultura organizacional e não apenas um processo burocrático. Para isso, é fundamental que o plano seja atualizado e testado regularmente, com o envolvimento ativo das lideranças, que devem apoiar e reforçar a importância dessas práticas. Esse engajamento é essencial para garantir que novos riscos e oportunidades de melhoria sejam identificados e incorporados aos processos críticos de negócio.

O QUE FAZ UM PCN SER EFICIENTE NA PRÁTICA?

Embora muitas empresas vejam o Plano de Continuidade de Negócios (PCN) apenas como um requisito normativo, sua verdadeira eficácia vai muito além da conformidade. Um PCN bem estruturado não pode ser genérico, desvinculado das decisões estratégicas da empresa ou tratado como um simples documento arquivado. Para que ele seja realmente efetivo na prática, alguns fatores são essenciais:

  • Personalização e aderência ao negócio– Não existe um modelo único de PCN. Cada organização tem processos críticos específicos, e é fundamental que as lideranças estejam envolvidas na Análise de Impacto nos Negócios (BIA – Business Impact Analysis). Quando as áreas responsáveis participam da definição dos processos essenciais, o PCN se torna realista e aplicável, aumentando a probabilidade de sucesso em situações reais.
  • Integração com Governança, Risco e Compliance (GRC)– Um PCN eficaz precisa estar alinhado com a estratégia da empresa e ter respaldo da alta direção, jurídico e compliance. Quando a continuidade de negócios faz parte da governança corporativa, ela deixa de ser vista como um custo e passa a ser um fator estratégico.
  • Resiliência como vantagem competitiva– Empresas resilientes não apenas sobrevivem a crises; elas se destacam no mercado como organizações mais sólidas e preparadas. Clientes, investidores e parceiros confiam mais em negócios que demonstram capacidade de adaptação e recuperação

Continua no próximo post:

“Erros, Métricas e o Papel da Liderança no PCN”, onde abordarei os erros mais comuns nos testes de continuidade, como medir a eficácia do seu PCN e o papel fundamental da liderança na resiliência organizacional.

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Leiza Carvalho

Head GRC (Governança, Riscos e Compliance), Information Security and Cybersecurity Advisor, Lead Implementer ISO 27001, 22301, 31000

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